segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

de RicardoTupiniquim [meu primo adorei poema]
DO AMOR UM POUCO ANTES DAS QUATRO DÉCADAS

Hoje, ainda quero um amor que me arrebate
Não o diáfano gosto do sorvete de morango
Ou de um amor que ame e me maltrate
E, com danças e folguedos de orangotango,
Me chame a vender trufas de chocolate...
Hoje, ainda quero um amor que me arrebate
Um amor que me inspire para a vida e a poesia
E que a minha tão cheia de trabalho vida vazia
Preencha de substância, desinteresse e apreço
Pelo tudo ou nada que lhe posso dar, sem preço
Mesmo que esteja na vitrine, catálogo ou arremate...

  Hoje, ainda quero um amor que me arrebate
E depois não me cobre os seus melhores dias
Assim, além de vibrante, arrebatante,
Ainda quero, hoje, um amor maduro,
Não na idade, mas um amor seguro,
Pois só com primaveras não se garante
Como bem viu uma minha fada, segurança e cortesia...
Por isso, quero, ainda hoje, um amor que não mate
Por ciúme, chantagem ou auto-piedade
Minha liberdade de ser
E a faculdade de ter
Espaço próprio, agenda a parte, individualidade...
Hoje, ainda quero um amor que me arrebate
E não se queixe da ausência de quem se separou
De quem a distancia de si afastou
Pela opção de viver em terra estranha com este vate,
Que dos seus também tem suas saudades reprimidas
Mas nem por isso chora, chochora toda a vida...

Hoje, ainda quero um amor que me arrebate
E eu não lhe espere meia vida, vinte anos
Entre sonhos, pesadelos, fantasias e desenganos
Enquanto, só, se cria a cria – que disparate! –
Que sempre minha se disse, mas mantiveram a parte...
Hoje, ainda quero um amor que me arrebate
Um amor que ainda me complete
Hoje, ainda quero
Não um amor infinito enquanto dure,
Ideal de lira que até admiro, mas, hoje, me é alheia
Mas um amor que apenas perdure
E, enquanto perdurar se permitir
Em noites de lua cheia
E no cotidiano do existir
Seja sempre o que espero:
Um amor que me arrebate
Não me fira, nem me mate
E, se deixando arrebatar,
Não se deixe ferir ou matar,
Nem se importe em não arrefecer,
Recriando meu incompleto ser.

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tupy

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